A nossa primeira reacção perante uma obra de Ron Mueck é de espanto. A nossa admiração surge quase instintivamente ao examinarmos os pormenores dos corpos humanos que invariavelmente são o tema das suas esculturas. Será o autor um artista ou apenas um excelente artesão - um técnico? É o próprio quem se coloca à margem desta polémica: "Jamais quis ser um escultor. Não sei bem porque faço isto mas não me imagino a fazer outra coisa. Não me considero um artista, isto é simplesmente a única coisa que sei fazer."
Na verdade Mueck é um criador de marionetas. Natural da Austrália, instalou-se em Londres em 1983 para trabalhar com Jim Henson, o famoso criador da Rua Sésamo e d'Os Marretas. A experiência que adquiriu fez com que se aventurasse no mundo da publicidade como fabricante de manequins. A partir daqui a sua história é semelhante a um conto de fadas... Em 1996 a pintora portuguesa Paula Rego, há muito radicada em Londres, conheceu Mueck e encomendou-lhe um manequim de Pinóquio para um dos seus trabalhos. O modelo que executou era de tal modo expressivo que a pintora o guardou para si no seu atelier onde, algum tempo mais tarde, foi descoberto pelo coleccionador de arte Charles Saatchi. O marionetista viu-se assim retirado do mundo da publicidade e lançado inesperadamente para o meio artístico.
A sua entrada na cena artística foi um verdadeiro escândalo! Uma das primeiras obras que apresentou foi uma escultura do seu pai, recentemente falecido, todo nu. Plena de realismo, a escultura tinha outra característica ainda mais chocante: não media mais do que 1 metro de comprimento. Que ideia macabra era aquela? Longe de ser escandalosa, tratou-se de um sentido acto de amor.
Esta é uma das enormes virtudes das obras de Ron Mueck: a fragilidade dos seres humanos apresentada de um modo cru, não seres humanos perfeitos mas precisamente o contrário. É essa qualidade que as torna insuportavelmente reais mas também profundamente emotivas, tocantes até, a que a escala monumental ou diminuta das figuras acrescenta uma estranheza inquietante. Simultaneamente reais e falsas, encarnam afinal a dualidade do ser humano, também portador, tal como Pinóquio, da verdade e da mentira.
Peter Callesen - escultura em papel
Esculturas de papel e luz de Kirsten Hassenfeld
Esculturas com pastilha elástica
uma árvore musical
A Origem do Mundo - Gustave Courbet
Porque há tantos nus na Arte?
Jeremy Meyer - esculturas com máquinas de escrever
O macabro e o grotesco nas esculturas de Kris Kuksi
Na verdade Mueck é um criador de marionetas. Natural da Austrália, instalou-se em Londres em 1983 para trabalhar com Jim Henson, o famoso criador da Rua Sésamo e d'Os Marretas. A experiência que adquiriu fez com que se aventurasse no mundo da publicidade como fabricante de manequins. A partir daqui a sua história é semelhante a um conto de fadas... Em 1996 a pintora portuguesa Paula Rego, há muito radicada em Londres, conheceu Mueck e encomendou-lhe um manequim de Pinóquio para um dos seus trabalhos. O modelo que executou era de tal modo expressivo que a pintora o guardou para si no seu atelier onde, algum tempo mais tarde, foi descoberto pelo coleccionador de arte Charles Saatchi. O marionetista viu-se assim retirado do mundo da publicidade e lançado inesperadamente para o meio artístico.
A sua entrada na cena artística foi um verdadeiro escândalo! Uma das primeiras obras que apresentou foi uma escultura do seu pai, recentemente falecido, todo nu. Plena de realismo, a escultura tinha outra característica ainda mais chocante: não media mais do que 1 metro de comprimento. Que ideia macabra era aquela? Longe de ser escandalosa, tratou-se de um sentido acto de amor.
Esta é uma das enormes virtudes das obras de Ron Mueck: a fragilidade dos seres humanos apresentada de um modo cru, não seres humanos perfeitos mas precisamente o contrário. É essa qualidade que as torna insuportavelmente reais mas também profundamente emotivas, tocantes até, a que a escala monumental ou diminuta das figuras acrescenta uma estranheza inquietante. Simultaneamente reais e falsas, encarnam afinal a dualidade do ser humano, também portador, tal como Pinóquio, da verdade e da mentira.
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